terça-feira, 12 de maio de 2015

Quase

            Eu quase não fui descoberta, mas só quase...
            Lá estava eu, brincando sozinha no parquinho da minha antiga escola (não que eu não tivesse amigos, eu tinha, mas gostava de brincar sozinha). Eu havia acabado de fazer meu melhor castelinho de arei, preparado o meu melhor brigadeiro e bolo de terra, quando senti algo subindo pela minha garganta e saindo pela minha boca.
            Não sabia o que era aquilo, mas o cheiro era horrível. Tive uma super ideia mirabolante, que era limpar minha roupa no banheiro.
Sem com que ninguém me visse, fui até lá.
Primeiro passei papel (o de secar as mãos) na blusa, depois na calça, mas precisava de algo a mais para limpar totalmente. A roupa precisava ser lavada. Sem mais delongas, lavei minha roupa.
Saí do banheiro contente, mas logo uma professora veio a minha direção. Perguntou o que havia acontecido e eu respondi que nada. Perguntou o porquê de minha roupa estar molhada. Eu não sabia o que fazer, então contei a verdade.
A professora me levou a uma sala de nome “Enfermaria” e lá mediu minha temperatura. Eu estava com febre.

Minha mãe foi me buscar na escola. Resultado? Vomitei mais três vezes no carro, mas depois, fiquei bem.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Odeio Final de Trimestre

Naquela aula chata, daquele professor chato que não fala coisa com coisa e a matéria não entra na sua cabeça, olhar para a parede vira um passatempo bem divertido. Rabiscar no caderno então, nem se fala!
Passamos o trimestre inteiro “brisando”, conversando, desenhando, rabiscando e mais algumas coisas que fazem o tempo na escola passar mais rápido, mas quando chega o final de trimestre é um desespero total. Tentamos prestar atenção nas aulas, mas continuamos não entendendo nada. “Tudo bem, na hora de estudar para a prova eu vou entender e aprender tudo”, mas não.
Sempre deixamos para estudar um dia antes da prova, e sempre é aquele desespero: todo mundo sai no Facebook perguntando feito loco sobre a matéria, mas aparentemente, ninguém entendeu nada, a não ser aquelas três ou quatro pessoas que sempre prestam atenção na aula e a matéria entra em suas cabeças (não sei como conseguem fazer isso!)  
Minha escola não tem semana de provas, mas os professores sempre acabam as marcando para a mesma semana.
Parece que nas reuniões de professores, todos discutem sobre quando será o período de enlouquecer seus alunos, fazendo-os ficar em casa, folheando cadernos, livros e digitando alguma coisa chata no computador, também conhecida como trabalho. Vida social neste período? Claro que não!
Eu sou do tipo de pessoa que deixa tudo para a última hora. Já tentei mudar, ser um pouco mais “responsável”, mas não consigo. (Não que eu tenha deixado de entregar trabalhos por causa disso, pelo contrário, nunca deixei de entregar nenhum). Não entregar um trabalho é quase suicídio. É uma passagem grátis para a recuperação!
Às vezes, quando fazemos uma prova pensamos: “nossa, tirei A! Fui muito bem.” E na hora de receber a prova corrigida já é outra história: “C? Mas como assim um C? O professor deve ter corrigido errado... Eu tinha feito a prova muito bem, não tinha? Tudo culpa desse maldito professor!”.
Não... Não. No fundo sabemos que essa nota C está certa, mas para não nos “auto culpar”, fazemos algo muito mais fácil: culpamos o professor.
Depois que toda essa correria de final de trimestre acaba, voltamos a “brisar”, conversar, desenhar, rabiscar e fazer mais algumas coisas para o tempo da escola passar mais rápido.

“Não vejo a hora de chegar as férias!”.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Duas Metades

         Entrega da crônica marcada para amanhã, e não quero mais escrever.
Como assim não quero mais escrever? Não sei! Não quero.
No meio da revisão da crônica que eu já havia escrito (e estava quase pronta para ser postada no blog), simplesmente parei, travei, emperrei e quebrei. Perdi a vontade de escrever.
Uma parte em mim diz: “Não, não, não, não, não! Escreve criatura, escreve! A crônica é para amanhã, você tem que entregá-la!”.
A outra parte diz: “Ah... Você pode entregar depois, vai... Vai dormir...”
“Não! Para! Acorda! Falta pouco pra acabar! Você consegue.”
“Ah, acho que não... Posto depois essa crônica, não tem problema!”
“Tem sim, vai! Olhos no teclado e na tela. Digita! Mesmo que não saia tão boa a crônica você pode arrumar depois.”
“Mas nem gostei dessa crônica que eu tava revisando... Escrevo uma melhor outro dia... Quem sabe.”
“Já sei, vamos entrar em um acordo: escreva uma crônica sobre não querer escrever uma crônica.”
“Quê?”
“Você está falando consigo mesma criatura, você sabe o que é pra fazer!”
“Ta bom, já vou começar! Depois acho que vou dormir... posso?”
“Quando acabar a crônica pode.”

“Ok... entããão... Boa noite, doce pudim.”

segunda-feira, 16 de março de 2015

Fera Invensível

Acordo com um barulho horrendo. Abro os olhos, procurando de onde vem o barulho. Percebo que vem de perto de mim. Não sei como, mas sonolentamente, consigo fazer com que ele pare. Volto a dormir.
Poucos minutos se passam, quando sinto algo molhado passando sobre meu braço. Abor os olhos e…
- Au! - diz um ser de quatro patas
- Queee?!
- Au!
- Ta bom, ta bom, já vai!
- Au?
- Sim, é serio, já estou levantando, espera só um segundo…!
O ser vai em bora. “Venci! Venci o terrível monstro de focinho gelado e molhado! Venci a fera preta, branca e bege! Venci!” Sem perceber, volto a dormir.
- Au!
- Achei que você tinha saido!
- Au! Aun
- Mas ainda ta cedo, me deixa dormir, vaaai…
- Auuun!
- Ok, ok, já vou levantar.
Tento despistar a fera, mas ela continua parada no mesmo lugar, me esperando sair de meu supremo esconderijo, para dar o bote. Vejo que ela não vai desistir, então resolvo correr . Mais uma batalha perdida, para o monstro...
Saio para minha fonte de água, banho e outras necessidades higiênicas, para evitar que a fera me alcance.
Lavo o rosto e resolvo ir comer, mas a comida encontra-se longe de minha localização. “Acho que consigo ir até lá antes…”
Tarde de mais. A fera já me encontrou! Ela estava lá o tempo todo! Na minha frente, com seu osso amarelo na boca.
Em um golpe subto, a fera lança o osso, o jogando à minha direção. O agarro e o jogo para longe.
- Au! Au! Au! Au!
- Clama, calma! Já vai! Já to indo!
- Aiiiin…!
- Deixa eu comer primeiro? Depois brincamos…
Com muita atenção, vou à minha fonte de comida. Encontro umas uvas, uma maçã e um coco, que surpreendentemente, vem como liquido em uma caixinha. Vou em direção a fera.
- Au!
- Sim sim, peguei uvas, quer?
- Au! Au?
- Pode sim, mas me promete uma coisa, me deixa comer em paz.
-...
- é uma boa oferta, pense bem…
- Au… Auuuu!
Dou a fera algumas uvas.
- Pronto, satisfeito?
- AuunAu?!
- Ok, ok, agora podemos brincar. Mas só quinze minutos, beleza?
- Unnm
- Ta bom, ta bom... Meia hora!
E mais uma vez, a fera me vence na batalha. Um dia, ainda irei vencer, mas enquanto isso:

- Vai pegar garoto!

terça-feira, 3 de março de 2015

já acabou?

Como assim já acabou a água? Sim, eu sei, eu sei. A água não acabou, mas está chegando lá. Mesmo, agora, que a água da Cantareira está subindo, ainda esta na segunda taxa do volume morto.
ODEIO quando as coisas acabam! Mas, como diz minha avó, tudo que é bom sempre acaba.
Quando um livro, ou uma série de livros acaba eu fico em outra dimensão, sem saber o que fazer, pois todo aquele mundo, toda aquela história, acabou. Claro, vou me lembrar dessa historia durante muito tempo, mas não é a mesma coisa, pois já sei o final. Não consigo correr junto com meu personagem favorito, pular com ele, lutar com ele, ou até mesmo, viajar através das sombras com ele.
O pior, quando acaba a “vida” de um personagem favorito de um livro, eu fico horrorizada. Vivo pensando porque os autores são tão cruéis. O que eles têm contra meus personagens favoritos, para querer matá-los? Não devíamos chamá-los de, por exemplo, Suzanne Collins ou Rick Riordan, mas sim de Assassina Collins ou Rick Matador! Com isso, consigo até fazer uma espécie daquelas plaquinhas, que ficam penduradas nos muros das ruas, fazendo propaganda. Ficaria assim:
Rick Matador e Assassina Collins
Matamos seus personagens favoritos por apenas R$ 39,90
Compre já o seu livro, nas melhores livrarias!
Quando um personagem favorito morre no filme, não sinto tanto como nos livros. Sinceramente, não sei o por quê, mas tenho um palpite: não me apego muito aos filmes. A não ser que seja um filme muito bom. Se for um filme muito bom fico arrasada quando ele acaba. Parece que, na melhor parte do filme, a tela fica preta e o letreiro começa a passar, como se houvesse pulado uma grande parte do filme, e eu fico pensando: como assim já acabou?
Vejo muitos filmes na minha casa. E enquanto eu os vejo, gosto de comer. A comida pode variar de uma ameixa a um prato de macarronada (“as gorda pira”). Mas sempre, sempre fico com sede no meio do filme (culpem a comida), se o filme da para pausar,  pauso e pego uma água, ou um suco, mas se não dá, eu fico esperando até entrar o comercial. Nesse curto período, parece que minha boca virou um deserto.  Sem água, o que será de mim? Até que entra o comercial e saio correndo para pegar minha água, como se fosse o último copo cheio que resta em São Paulo. Só de falar nisso, já estou com sede!
Fico imaginando se algum dia a água acabar em São Paulo, como vamos fazer. Eu não conseguiria controlar minha sede, pois, quando eu estou com sede, mas tenho a garantia de que tenho água para beber, eu consigo me controlar e minha sede acaba, sem, nem mesmo beber água. Mas, quando estou com sede, e não tenho a garantia de que posso beber água, minha sede aumenta, aumenta e aumenta!
Mas isso seria o de menos, pois lembrando a música do programa de TV infantil Cocoricó “sem água não dá pra viver, sem água não da não. A gente vira areia e morre espalhada no chão!”

EPA! Sem água, não tem energia elétrica, pois ela vem das usinas hidroelétricas, que são movidas a água. Então, não teríamos nem água nem luz? Espero não precisar escrever uma crônica dizendo: como assim já acabou a luz?

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Pescador de Conversas

Finalmente sexta-feira! Dia de dormir tarde, comer chocolate e outras “gorduras”, assistir séries no Netflix durante  madrugada. Ahhh, é meu dia da semana favorito!
Espero meu pai até tarde na escola, como de costume nas sextas-feiras, por causa do caos que fica essa tal de “São Paulo”. Como estou sempre faminta, saio para comprar uma coxinha em um restaurante árabe perto da escola (hoje é sexta, hoje eu posso). Huum, coxinha, um dos melhores alimentos “não saudáveis” da face da Terra!
Volto para a escola pensando em que engarrafamento ele pode estar.
Enquanto me distraio com os penamentos o tempo vai passando e meu pai finalmente chega.
No caminho de casa é tudo igual às outras sextas-feiras. Fico sentada no carro, conversando com meu pai sobre o dia de aula e observando aqueles faróis vermelhos dos carros parados, por conta do trânsito. E o pior, sempre a faixa que estamos, fica parada, e as outras andando. Quando meu pai finalmente resolve mudar de faixa, adivinha só: a faixa para qual ele muda fica parada e a que ele acabou de sair começa a andar. Dizem que isso é a tal de  Lei de Murphy, não consigo pensar em lei mais chata que essa, que faz a gente sempre se dar mal…
Chego na rua da minha casa: carros passando, pessoas caminhando com seus cachorros e a padaria, como sempre cheia, com o segurança, os donos, funcionários, clientes e... e um velhinho que está em frente a padaria com sua cadela. Mas pera, esse não é UM velhinho, é O velhinho, que fica TODO DIA na frente dessa padaria com sua cadela!
O velhinho sempre usa uma camisa pólo clara e calças bege. A cadela, é da raça golden retriever, usa uma coleira azul, que fica em volta do pescoço e se estende por parte das costas.
Comecei a observar o que o velhinho fazia lá. Na maioria do tempo, fica parado, segura sua cadela e mexe a boca. No começo achei que ele estava comendo algo, mas depois, percebi que estava falando com o segurança da padaria. As vezes, alguém para sua caminhada na rua e faz um carinho rápido na cadela, mas o velhinho dispara a falar, tentando prender a “vítima” na sua conversa.
Cheguei em casa, tomei banho, jantei. Cansada de assistir televisão, fui a varanda. E adivinhe quem ainda estava em frente a padaria, no mesmo lugar? O velhinho e sua cadela!
Fiquei imaginando que aquele velhinho devia ser solitário, precisando de ouvintes para suas histórias. Será que ele estaria tentando construir uma amizade com o segurança? A cadela continua deitada no mesmo lugar. Ela me parece um lindo imã para atrair pessoas, mas também uma ótima companheira. Vejo como o velhinho a olha com carinho, lhe fazendo afagos.

O telefone toca e vou atende-lo. Olho pela ultima vez em direção a padaria e vejo que o velhinho está se despedindo do segurança. Ele e sua cadela atravessam a rua, provavelmente à caminho de sua casa. Mais uma sexta-feira comum, mais uma sexta-feira extraordinária.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Digitadores

Tem uma rede de cafés chamada Starbucks. Ela é hiper famosa, tem pelo mundo todo.
Antes de ir lá, pela primeira vez, nunca entendi o "por quê" desse café ser tão famoso. "É como os outros cafés", eu pensava, mas quando pedi meu primeiro frappuccino me encantei! Não pelo sabor, ou pela bebida, mas sim pelo copo no qual vinha!
Aquele copo é o copo mais “amazing” que já vi! Ele é um copo normal, mas em cima tem uma espécie de um semicírculo, cobrindo a bebida, que por si só não é nada demais, é gostosa, porem não é “especial”, como o copo.
Para falar a verdade, nem sei o por quê desse copo ser tão especial, acho que é porque na época, eu havia assistido um episódio de uma série chamada Pretty Litlle Liars.
No episódio que eu havia assistido, as quatro meninas protagonistas da série estavam tomando café juntas em copos parecidos com o que eu tomei e isso me deixou maravilhada, pois parecia que eu era uma delas! E ainda tem mais: muitos famosos tomavam bebidas em copos parecidos com esse, então eu me senti como uma atriz super famosa que protagonizava a esta série. Meu sonho era (e ainda é) ser atriz.
Sentei na mesa do café e fiquei reparando nas pessoas que estavam ali. A maioria, estava trabalhando, com Notebooks ou Tabletes sobre as mesas. Comecei a imaginar com o que que trabalhavam. Marketing? Moda? Televisão? Eu não sei. Só sei que eu, pessoalmente, não conseguiria trabalhar nesse lugar, porque estava muito barulho, com pessoas falando, crianças chorando e sacolas de embrulho amassando.
Imagino que já deviam estar acostumados, pois aparentemente nem notavam o barulho, continuavam e continuavam a mecher os dedos, clicando no teclado de seu Notebook, ou na tela de seu Tablete. Pareciam até robôs. Nada tirava a concentração dessa gente.
Será, que uma dessas pessoas sonhava em trabalhar em outro lugar? Será que alguma delas gostaria de trabalhar na frente das câmeras, na novela das nove? Será, que algum deles, gostaria de ser cantor sertanejo no “barzinho do seu Joaquim”? Será que algum deles gostaria de ser um youtuber? Será que são bem sucedidos, que se dedicam aos seus trabalhos? Provavelmente sim, pois do jeito que ficam curvados, olhando fixamente para a tela de seus Notebooks e digitando sem parar, tudo indica que sim.
Quando acabavam o trabalho, fechavam a tela, colocavam seus equipamentos de trabalho nas bolsas e saiam andando pelo shopping, provavelmente, ansiosos para voltar para suas casas e encontrar suas famílias (ou será que viviam sozinhos?), cachorros, gatos, papagaios, peixes ou alguma outra coisa que os deixam felizes. Mas o que será que os deixa felizes? O que me deixaria MUITO feliz depois de um dia desses é dormir, repor todas minhas energias, DORMIR! Imagino que para eles também, dormir e descansar, para começar tudo de novo no dia seguinte, como se fossem máquinas de escrever.