segunda-feira, 16 de março de 2015

Fera Invensível

Acordo com um barulho horrendo. Abro os olhos, procurando de onde vem o barulho. Percebo que vem de perto de mim. Não sei como, mas sonolentamente, consigo fazer com que ele pare. Volto a dormir.
Poucos minutos se passam, quando sinto algo molhado passando sobre meu braço. Abor os olhos e…
- Au! - diz um ser de quatro patas
- Queee?!
- Au!
- Ta bom, ta bom, já vai!
- Au?
- Sim, é serio, já estou levantando, espera só um segundo…!
O ser vai em bora. “Venci! Venci o terrível monstro de focinho gelado e molhado! Venci a fera preta, branca e bege! Venci!” Sem perceber, volto a dormir.
- Au!
- Achei que você tinha saido!
- Au! Aun
- Mas ainda ta cedo, me deixa dormir, vaaai…
- Auuun!
- Ok, ok, já vou levantar.
Tento despistar a fera, mas ela continua parada no mesmo lugar, me esperando sair de meu supremo esconderijo, para dar o bote. Vejo que ela não vai desistir, então resolvo correr . Mais uma batalha perdida, para o monstro...
Saio para minha fonte de água, banho e outras necessidades higiênicas, para evitar que a fera me alcance.
Lavo o rosto e resolvo ir comer, mas a comida encontra-se longe de minha localização. “Acho que consigo ir até lá antes…”
Tarde de mais. A fera já me encontrou! Ela estava lá o tempo todo! Na minha frente, com seu osso amarelo na boca.
Em um golpe subto, a fera lança o osso, o jogando à minha direção. O agarro e o jogo para longe.
- Au! Au! Au! Au!
- Clama, calma! Já vai! Já to indo!
- Aiiiin…!
- Deixa eu comer primeiro? Depois brincamos…
Com muita atenção, vou à minha fonte de comida. Encontro umas uvas, uma maçã e um coco, que surpreendentemente, vem como liquido em uma caixinha. Vou em direção a fera.
- Au!
- Sim sim, peguei uvas, quer?
- Au! Au?
- Pode sim, mas me promete uma coisa, me deixa comer em paz.
-...
- é uma boa oferta, pense bem…
- Au… Auuuu!
Dou a fera algumas uvas.
- Pronto, satisfeito?
- AuunAu?!
- Ok, ok, agora podemos brincar. Mas só quinze minutos, beleza?
- Unnm
- Ta bom, ta bom... Meia hora!
E mais uma vez, a fera me vence na batalha. Um dia, ainda irei vencer, mas enquanto isso:

- Vai pegar garoto!

terça-feira, 3 de março de 2015

já acabou?

Como assim já acabou a água? Sim, eu sei, eu sei. A água não acabou, mas está chegando lá. Mesmo, agora, que a água da Cantareira está subindo, ainda esta na segunda taxa do volume morto.
ODEIO quando as coisas acabam! Mas, como diz minha avó, tudo que é bom sempre acaba.
Quando um livro, ou uma série de livros acaba eu fico em outra dimensão, sem saber o que fazer, pois todo aquele mundo, toda aquela história, acabou. Claro, vou me lembrar dessa historia durante muito tempo, mas não é a mesma coisa, pois já sei o final. Não consigo correr junto com meu personagem favorito, pular com ele, lutar com ele, ou até mesmo, viajar através das sombras com ele.
O pior, quando acaba a “vida” de um personagem favorito de um livro, eu fico horrorizada. Vivo pensando porque os autores são tão cruéis. O que eles têm contra meus personagens favoritos, para querer matá-los? Não devíamos chamá-los de, por exemplo, Suzanne Collins ou Rick Riordan, mas sim de Assassina Collins ou Rick Matador! Com isso, consigo até fazer uma espécie daquelas plaquinhas, que ficam penduradas nos muros das ruas, fazendo propaganda. Ficaria assim:
Rick Matador e Assassina Collins
Matamos seus personagens favoritos por apenas R$ 39,90
Compre já o seu livro, nas melhores livrarias!
Quando um personagem favorito morre no filme, não sinto tanto como nos livros. Sinceramente, não sei o por quê, mas tenho um palpite: não me apego muito aos filmes. A não ser que seja um filme muito bom. Se for um filme muito bom fico arrasada quando ele acaba. Parece que, na melhor parte do filme, a tela fica preta e o letreiro começa a passar, como se houvesse pulado uma grande parte do filme, e eu fico pensando: como assim já acabou?
Vejo muitos filmes na minha casa. E enquanto eu os vejo, gosto de comer. A comida pode variar de uma ameixa a um prato de macarronada (“as gorda pira”). Mas sempre, sempre fico com sede no meio do filme (culpem a comida), se o filme da para pausar,  pauso e pego uma água, ou um suco, mas se não dá, eu fico esperando até entrar o comercial. Nesse curto período, parece que minha boca virou um deserto.  Sem água, o que será de mim? Até que entra o comercial e saio correndo para pegar minha água, como se fosse o último copo cheio que resta em São Paulo. Só de falar nisso, já estou com sede!
Fico imaginando se algum dia a água acabar em São Paulo, como vamos fazer. Eu não conseguiria controlar minha sede, pois, quando eu estou com sede, mas tenho a garantia de que tenho água para beber, eu consigo me controlar e minha sede acaba, sem, nem mesmo beber água. Mas, quando estou com sede, e não tenho a garantia de que posso beber água, minha sede aumenta, aumenta e aumenta!
Mas isso seria o de menos, pois lembrando a música do programa de TV infantil Cocoricó “sem água não dá pra viver, sem água não da não. A gente vira areia e morre espalhada no chão!”

EPA! Sem água, não tem energia elétrica, pois ela vem das usinas hidroelétricas, que são movidas a água. Então, não teríamos nem água nem luz? Espero não precisar escrever uma crônica dizendo: como assim já acabou a luz?